27 julho, 2010

Dez anos de história...

VANGUARDA marcou presença e participou das festividades dos dez anos do Galpão das Artes, ocorrido na terça-feira (20), em Limoeiro

Fernandino Neto

Um espaço para viver arte e inserir crianças que vivem em áreas consideradas de risco no universo cultural é o propósito do Galpão das Artes, um barracão localizado no centro da cidade de Limoeiro (77 km do Recife). Em dezembro, o espaço comemora dez anos de existência, mas as festividades já foram antecipadas. Na terça-feira (20), Dia do Amigo, várias atividades foram desenvolvidas no local. O corredor principal do Galpão abrigou uma exposição com brinquedos populares, literatura de cordel, pinturas em tela, peças de barro e o ‘‘Mané Gostoso'', símbolo oficial do espaço artístico, além de artesanatos em palha de banana feitos por artesãos da Vila Urucuba, em Limoeiro. Por volta das 9h, estudantes da Escola Nossa Senhora dos Anjos lotaram o auditório para assistir a uma contação de história.

No principal espaço cultural do município, crianças e adolescentes mantêm contato com o teatro, a literatura e o cinema. Vinte e cinco garotos, entre 7 e 10 anos, são atendidos pelo projeto que, de acordo com a arte-educadora Edna Alves, tem como propósito modificar a realidade de crianças que vivem em áreas consideradas de risco e em famílias desestruturadas.

"Aqui elas encontram o espaço que não possuem em suas comunidades. Trabalhamos com teatro, desenho, pintura, cinema e brinquedos populares, como bola de gude, peteca, pião e corda. Também orientamos sobre temas como sexualidade, violência e pedofilia", explica Alves.

À medida que os atores Charlon Cabral, Tarcísio Queiroz e Jadenilson Gomes encenam a contação, as crianças vibram e, por instantes, parecem esquecer a dura realidade que vivem.

"Nós trabalhamos com a imaginação. Este é o foco", resume Charlon, acrescentando que o trabalho de contação de histórias está percorrendo a zona rural do município e representa uma forma diferenciada de exercício. "Aqui, fazemos mais depois que os aplausos cessam", acrescenta.

A preocupação de incluir na vida dessas crianças atividades artísticas já ultrapassou as fronteiras do Galpão. Presente nas festividades, Edna Veloso, coordenadora municipal do Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), destacou que 1.645 crianças são atendidas pelo projeto, em Limoeiro. "Precisávamos de atrativos, então, nada mais importante do que inserir essas crianças num mundo cultural que elas não conheciam", opina a assistente social Rita Barros.

O Galpão das Artes está localizado na avenida Severino Pinheiro, no centro de Limoeiro, e funciona num antigo armazém onde eram empilhados sacos de algodão que movimentavam a economia local até a década de 1960.

O espaço abriga o Auditório Jornalista Cristiano Donato, o Camarim Prazeres Barbosa e um grande corredor que acolhe exposições o ano inteiro. À frente do projeto, está o produtor cultural e arte-educador Fábio André, um símbolo da cultura limoeirense, cuja dedicação é completa às artes.

"Este é o melhor Dia do Amigo que o Galpão das Artes está tendo. A data marca a primeira celebração dos dez anos desta casa. A gratidão eterniza o homem e estamos felizes por vocês acreditarem neste projeto", afirma Fábio.

"A educação e a cultura estão sempre integradas, uma não pode existir sem a outra. Buscamos crianças com dificuldades disciplinar e pedagógica e elas passam por transformações", explica o ator Jadenilson Gomes.

LANÇAMENTO
VANGUARDA participou das festividades dos dez anos do Galpão das Artes. A convite do produtor Fábio André, o repórter Fernandino Neto viajou a Limoeiro para apresentar, em primeira mão, a capa do livro "Prazer em Conhecer: biografia da premiada atriz pernambucana Prazeres Barbosa", que será lançado em setembro, num circuito promovido pelo Sesc Pernambuco, nas cidades de Caruaru, Arcoverde, Limoeiro, Garanhuns e Recife.

Durante o jantar temático, oferecido após as apresentações do grupo cênico do Galpão das Artes e do "Homens de Barro", da cidade de Tracunhaém, os participantes receberam exemplares do VANGUARDA.

"Muitas pessoas já conheciam o jornal e outras tiveram a oportunidade de folhear pela primeira vez. Fomos muito bem recepcionados e aproveitamos o momento para manter contatos e convidarmos as pessoas para estarem presentes no lançamento do livro", conclui Fernandino.
 
Foto: Marcio Wanderley

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